A osteomielite é uma doença rara e grave, caracterizada pela infecção do osso.
Pode ocorrer por alguns motivos, por exemplo:
- Disseminação da bactéria pelo sangue até o osso;
- Exposição óssea por uma fratura;
- Exposição óssea por cirurgia.
Na maioria dos casos, uma bactéria chamada Staphylococcus aureus, um microrganismo que é geralmente encontrado na nossa pele, causa a osteomielite.
Esta condição afeta mais comumente a região metafisária (extremidades) de ossos longos e pode acometer crianças e adultos, embora de maneiras diferentes. Além disso, essa é uma patologia mais comum nos homens.

Em crianças, a osteomielite geralmente é aguda, surge rapidamente e, no geral, resulta melhor do que a osteomielite crônica.
Em adultos, a osteomielite pode ser aguda ou crônica. Geralmente, afeta a pelve ou as vértebras da coluna e também pode ocorrer nos pés, especialmente em uma pessoa com diabetes.
Certas condições e comportamentos aumentam o risco de osteomielite de uma pessoa, por exemplo:
- Diabetes;
- HIV ou AIDS;
- Artrite reumatoide;
- Uso de drogas intravenosas;
- Alcoolismo;
- Uso prolongado de corticoide;
- Trauma recente;
- Realização de cirurgia ortopédica.
Quais sintomas desta condição?
Os sintomas da osteomielite são:
- Dor focal e diminuição do uso da extremidade afetada;
- Febre, irritabilidade, fadiga;
- Calor e vermelhidão na área da infecção;
- Inchaço ao redor do osso afetado;
- Perda da amplitude de movimento (artrite).
Além disso, a osteomielite na coluna vertebral se manifesta por meio de fortes dores, especialmente à noite.
Como é o diagnóstico da doença?
O diagnóstico de osteomielite pode ser difícil. Assim, a avaliação inicial deve incluir histórico de sintomas sistêmicos, fatores predisponentes e um possível foco de infecção óssea no exame físico.
Por exemplo, uma úlcera do pé diabético pode indicar a presença de osteomielite por contiguidade.
Além disso, exames laboratoriais auxiliam no diagnóstico, sendo que poderemos solicitar:
- Hemograma;
- Proteína C Reativa (PCR);
- Velocidade de Hemossedimentação (VHS);
- Hemocultura.
Ademais, exames complementares de imagem também podem ser úteis, por exemplo:
Raio - X
Auxiliam no diagnóstico, mas não são tão úteis como seguimento no tratamento.
Estudos mostram alteração em:
- < 5% dos exames em quadros iniciais da infecção;
- < 30% dos exames após 1 semana;
- 90% após 3-4 semanas.
Ou seja, quanto mais tarde for feito, mais grave será a infecção e mais alterado o exame.
Tomografia computadorizada
Este exame é útil nas afecções de locais anatômicos de difícil visualização por raio X, como por exemplo, região esternoclavicular, sacroilíaca e coluna.
Cintilografia
Demonstra alterações inflamatórias ou reação óssea à infecção. A osteomielite, geralmente, aparece como hipercaptação nas fases tardias.
Ressonância Magnética
Este exame é sensível para acessar o acometimento medular, mas não para acometimento cortical.
Além disso, não é um bom exame para diferenciar a osteomielite do edema da medula óssea.
Biopsia óssea
A biópsia pode ajudar a determinar o tipo de organismo que causa a infecção e guiar o melhor medicamento a ser prescrito.
Como é o tratamento da osteomielite?
O tratamento se concentra em combater a infecção e preservar o máximo das funções possíveis.
Assim, poderemos adotar:
- Uso de antibiótico para combater o agente causal;
- Cirurgia para retirada de tecido morto e infectado;
- Cirurgia para restabelecimento da anatomia.
Além disso, os antibióticos são medicamentos que ajudam a controlar a infecção e, muitas vezes, evitam a cirurgia. No entanto, podem ser necessários de 6 a 9 meses de medicação com seguimento médico e exames laboratoriais.

A osteomielite mais grave requer cirurgia para remover o tecido e o osso infectados. Assim, por meio da limpeza cirúrgica e desbridamento da doença, conseguimos o controle da infecção.
O procedimento também permite a coleta de material, o que pode ser útil para identificar o microrganismo e guiar a medicação mais adequada para o tratamento.
Infelizmente, em casos mais avançados, a osteomielite pode levar à amputação ou necessidade de fixador externo.
E se o paciente tiver uma prótese, será necessário trocá-la?
Nos casos em que o paciente apresenta osteomielite com a prótese de quadril, o material também pode ser considerado contaminado.
Nesse caso, será necessária a avaliação do médico ortopedista especialista em quadril, que irá definir junto com o paciente quais os próximos passos para seu tratamento.
Assim, a depender de cada caso, será possível optar por tratamento com antibiótico ou cirurgia.
A revisão cirúrgica é um procedimento de troca parcial ou total da prótese de quadril. Dessa maneira, esta cirurgia é bem mais complexa que a de colocação da prótese primária.
Geralmente, dividimos a cirurgia em 3 tempos: a retirada dos componentes, a reconstrução de falhas ósseas do quadril e a colocação da nova prótese.
Além disso, podemos optar em fazer o tratamento em dois tempos, ou seja, inicialmente tratar a infecção com a retirada da prótese e numa outra cirurgia colocar uma nova prótese.
Dessa maneira, o especialista pode programar e planejar a cirurgia cuidadosamente, pois para cada caso são necessários equipamentos e técnicas especiais para executá-la.
Quais são as complicações da osteomielite?
A osteomielite pode trazer algumas complicações para o paciente, por exemplo:
- Recorrência em 2 anos;
- Necessidade de retirada considerável de material do local (desbridamentos agressivos);
- Osteopenia;
- Rigidez articular;
- Distúrbios de crescimento;
- Pseudoartrose;
- Reação adversa ao antibiótico.
Assim, o diagnóstico e tratamento precoces são importantes para evitar maiores complicações.
Isso porque, além da melhor chance de recuperação, também evitamos que a condição se torne um problema crônico de infecções repetitivas.
Existe alguma forma de prevenir a osteomielite?
Uma forma importante para prevenção desta condição é o controle e tratamento de doenças de base, como por exemplo, diabetes, AIDS e artrite reumatóide.
Além disso, é importante lavar os ferimentos das crianças sob água corrente por cinco minutos e depois fazer curativos com bandagens esterilizadas.
Assim, fica evidente que estar atento aos sinais da osteomielite é fundamental!
Então, ao notar qualquer desconforto ortopédico após uma cirurgia, acidente ou infecção em outra parte do corpo, procure um médico especializado o quanto antes!