Osteomielite: o que é e como tratar

24 de março de 2022
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A osteomielite é uma doença rara e grave, caracterizada pela infecção do osso.


Pode ocorrer por alguns motivos, por exemplo:


  • Disseminação da bactéria pelo sangue até o osso;
  • Exposição óssea por uma fratura;
  • Exposição óssea por cirurgia.


Na maioria dos casos, uma bactéria chamada Staphylococcus aureus, um microrganismo que é geralmente encontrado na nossa pele, causa a osteomielite.


Esta condição afeta mais comumente a região metafisária (extremidades) de ossos longos e pode acometer crianças e adultos, embora de maneiras diferentes. Além disso, essa é uma patologia mais comum nos homens.


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Em crianças, a osteomielite geralmente é aguda, surge rapidamente e, no geral, resulta melhor do que a osteomielite crônica.


Em adultos, a osteomielite pode ser aguda ou crônica. Geralmente, afeta a pelve ou as vértebras da coluna e também pode ocorrer nos pés, especialmente em uma pessoa com diabetes.


Certas condições e comportamentos aumentam o risco de osteomielite de uma pessoa, por exemplo:


  • Diabetes;
  • HIV ou AIDS;
  • Artrite reumatoide;
  • Uso de drogas intravenosas;
  • Alcoolismo;
  • Uso prolongado de corticoide;
  • Trauma recente;
  • Realização de cirurgia ortopédica.


Quais sintomas desta condição?


Os sintomas da osteomielite são:


  • Dor focal e diminuição do uso da extremidade afetada;
  • Febre, irritabilidade, fadiga;
  • Calor e vermelhidão na área da infecção;
  • Inchaço ao redor do osso afetado;
  • Perda da amplitude de movimento (artrite).


Além disso, a osteomielite na coluna vertebral se manifesta por meio de fortes dores, especialmente à noite.


Como é o diagnóstico da doença?


O diagnóstico de osteomielite pode ser difícil. Assim, a avaliação inicial deve incluir histórico de sintomas sistêmicos, fatores predisponentes e um possível foco de infecção óssea no exame físico. 


Por exemplo, uma úlcera do pé diabético pode indicar a presença de osteomielite por contiguidade.


Além disso, exames laboratoriais auxiliam no diagnóstico, sendo que poderemos solicitar: 


  • Hemograma;
  • Proteína C Reativa (PCR);
  • Velocidade de Hemossedimentação (VHS);
  • Hemocultura.


Ademais, exames complementares de imagem também podem ser úteis, por exemplo:


Raio - X 


Auxiliam no diagnóstico, mas não são tão úteis como seguimento no tratamento.


Estudos mostram alteração em:


  • < 5% dos exames em quadros iniciais da infecção;
  • < 30% dos exames após 1 semana;
  • 90% após 3-4 semanas.


Ou seja, quanto mais tarde for feito, mais grave será a infecção e mais alterado o exame.


Tomografia computadorizada


Este exame é útil nas afecções de locais anatômicos de difícil visualização por raio X, como por exemplo, região esternoclavicular, sacroilíaca e coluna.


Cintilografia


Demonstra alterações inflamatórias ou reação óssea à infecção. A osteomielite, geralmente, aparece como hipercaptação nas fases tardias. 


Ressonância Magnética


Este exame é sensível para acessar o acometimento medular, mas não para acometimento cortical.


Além disso, não é um bom exame para diferenciar a osteomielite do edema da medula óssea.


Biopsia óssea


A biópsia pode ajudar a determinar o tipo de organismo que causa a infecção e guiar o melhor medicamento a ser prescrito.


Como é o tratamento da osteomielite?


O tratamento se concentra em combater a infecção e preservar o máximo das funções possíveis. 


Assim, poderemos adotar:


  • Uso de antibiótico para combater o agente causal;
  • Cirurgia para retirada de tecido morto e infectado; 
  • Cirurgia para restabelecimento da anatomia.


Além disso, os antibióticos são medicamentos que ajudam a controlar a infecção e, muitas vezes, evitam a cirurgia. No entanto, podem ser necessários de 6 a 9 meses de medicação com seguimento médico e exames laboratoriais. 


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A osteomielite mais grave requer cirurgia para remover o tecido e o osso infectados. Assim, por meio da limpeza cirúrgica e desbridamento da doença, conseguimos o controle da infecção.


O procedimento também permite a coleta de material, o que pode ser útil para identificar o microrganismo e guiar a medicação mais adequada para o tratamento. 


Infelizmente, em casos mais avançados, a osteomielite pode levar à amputação ou necessidade de fixador externo.


E se o paciente tiver uma prótese, será necessário trocá-la?


Nos casos em que o paciente apresenta osteomielite com a prótese de quadril, o material também pode ser considerado contaminado.


Nesse caso, será necessária a avaliação do médico ortopedista especialista em quadril, que irá definir junto com o paciente quais os próximos passos para seu tratamento.


Assim, a depender de cada caso, será possível optar por tratamento com antibiótico ou cirurgia. 


A revisão cirúrgica é um procedimento de troca parcial ou total da prótese de quadril. Dessa maneira, esta cirurgia é bem mais complexa que a de colocação da prótese primária.


Geralmente, dividimos a cirurgia em 3 tempos: a retirada dos componentes, a reconstrução de falhas ósseas do quadril e a colocação da nova prótese.


Além disso, podemos optar em fazer o tratamento em dois tempos, ou seja, inicialmente tratar a infecção com a retirada da prótese e numa outra cirurgia colocar uma nova prótese.


Dessa maneira, o especialista pode programar e planejar a cirurgia cuidadosamente, pois para cada caso são necessários equipamentos e técnicas especiais para executá-la.


Quais são as complicações da osteomielite?


A osteomielite pode trazer algumas complicações para o paciente, por exemplo:


  • Recorrência em 2 anos;
  • Necessidade de retirada considerável de material do local (desbridamentos agressivos);
  • Osteopenia;
  • Rigidez articular;
  • Distúrbios de crescimento;
  • Pseudoartrose;
  • Reação adversa ao antibiótico.


Assim, o diagnóstico e tratamento precoces são importantes para evitar maiores complicações.  


Isso porque, além da melhor chance de recuperação, também evitamos que a condição se torne um problema crônico de infecções repetitivas. 


Existe alguma forma de prevenir a osteomielite?


Uma forma importante para prevenção desta condição é o controle e tratamento de doenças de base, como por exemplo, diabetes, AIDS e artrite reumatóide. 


Além disso, é importante lavar os ferimentos das crianças sob água corrente por cinco minutos e depois fazer curativos com bandagens esterilizadas.


Assim, fica evidente que estar atento aos sinais da osteomielite é fundamental!


Então, ao notar qualquer desconforto ortopédico após uma cirurgia, acidente ou infecção em outra parte do corpo, procure um médico especializado o quanto antes!


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