Pubalgia: entenda mais sobre a doença

Dr. Ricardo Kirihara • 14 de janeiro de 2021
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A Pubalgia é uma síndrome caracterizada pela dor na região da sínfise púbica, localizada na frente da bacia. Possui diversos sinônimos, como pubeíte ou osteíte púbica. 

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Essa patologia é comum em atletas de alto rendimento, principalmente jogadores de futebol. 

Todavia, c om o aumento das práticas esportivas recreativas, houve um aumento considerável no número de casos em não atletas.

Além disso, podemos dizer que a pubalgia é mais comum em homens do que em mulheres.

Sintomas da Pubalgia

As queixas dos pacientes são, principalmente:

  • Dor na parte inferior do abdome;
  • Irradiação para parte interna das coxas, genital ou períneo;
  • Piora da dor durante atividade: chute, arrancada, abdominais;
  • Dor durante atividade sexual;
  • Geralmente, dor mais comum unilateral.

Os sintomas podem iniciar-se mais leves, mas podem evoluir levando à uma incapacidade de realizar atividades do dia a dia. 

Além disso, é importante ressaltar que a região do púbis pode apresentar sintomas relacionados a outras patologias, como doenças gastrointestinais, ginecológicas, urológicas e neurológicas.

Nesses casos, será apontada a necessidade da avaliação do especialista da área.

Os quadros também podem se apresentar de maneiras agudas, secundárias a eventos traumáticos por lesões musculares numa partida de futebol, por exemplo. 

Causas da doença

Como mencionado anteriormente, é importante excluir causas de pubalgia relacionadas a outras especialidades como: hérnia inguinal, prostatite, diverticulite, infecção urinária, gravidez ectópica e neuropatia periférica.

A sínfise púbica ou púbis é uma articulação fixa, que fica sujeita a inúmeras forças de sentidos diferentes. 

Durante a prática esportiva, as musculaturas abdominais e adutoras exercem forças de intensidades grandes e com bastante repetições. 

Essas forças possibilitam os movimentos de grande amplitude, as alterações de direção, os saltos, as mudanças na aceleração e os chutes. Todavia, com isso, a sínfise púbica sofre bastante estresse.  

Portanto, o desequilíbrio das forças musculares adjacentes a essa articulação podem causar as alterações da região, como tendinites, edema ósseo, lesões musculares e degeneração articular. 

Além disso, as síndromes de pubalgia também podem ser causadas por alterações mecânicas músculo esqueléticas, como por exemplo, artrose no quadril , impacto femoroacetabular , fraturas de estresse ou sequelas de membros inferiores. 

Alguns sintomas de radiculopatia lombossacral também podem simular os sintomas da pubalgia. 

Diagnóstico da pubalgia

A pubalgia pode ter causas multifatoriais, dessa forma, o exame físico e os exames de imagem são essenciais para o diagnóstico. 

O exame físico pode apresentar:

  • Dor à palpação do pubis e dos adutores;
  • Dor à abertura da pelve (teste de Volkmann);
  • Piora da dor com flexão do tronco e abdominal; 
  • Dor à adução resistida;
  • Dor ao apoio monopodálico.

No geral, podemos direcionar os exames de imagens de acordo com a suspeita clínica.

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Assim, a radiografia simples, ultrassonografia e a ressonância nuclear magnética podem ser utilizadas para auxiliar no diagnóstico. 

Tratamento da pubalgia 

O tratamento da pubalgia, na grande maioria dos casos, é conservador e engloba:

  • Repouso;
  • Medicação anti-inflamatória e analgésica;
  • Terapia com gelo;
  • Fisioterapia motora;
  • Massagem e liberação miofascial;
  • Hidroterapia;
  • Reeducação dos gestos esportivos;
  • Terapia de ondas de choque ;
  • Tratamento da doença de base que esteja causando a pubalgia, por exemplo, hérnia inguinal. 

Assim, a cirurgia está reservada para os pacientes que não melhoram com tratamento clínico. 

Na cirurgia, realizamos a liberação parcial dos tendões dos músculos reto abdominal e adutores com objetivo de enfraquecê-los e, assim, atingir um reequilíbrio muscular. 

O trabalho de reinserção para a atividade esportiva de cada paciente é realizado individualmente, pois pode depender do quadro inicial da doença e da evolução do paciente ao longo do tratamento. 

Fatores de risco para a pubalgia

A pubalgia geralmente está relacionada aos esportes que demandam as seguintes atividades:

  • Movimentos amplos;
  • Movimentos repetitivos;
  • Aceleração e desaceleração rápida;
  • Mudança de direção súbita;
  • Saltos com apoio monopodálico;
  • Chutes.

Prevenção da doença

A melhor forma de prevenção da pubalgia é o preparo físico do corpo para determinadas atividades, fortalecendo o CORE e a estabilidade pélvica. 

Ainda assim, mesmo um atleta bem preparado sofre lesões. Podemos prestar mais atenção nos sinais de alerta do corpo, a fim de tentar evitar episódios de sobrecarga das estruturas. 

Além disso, orientações e treinamento para as práticas esportivas também são essenciais, possibilitando correção na execução de movimentos e nas posturas durante as atividades.

Existem alguns outros cuidados importantes, como por exemplo: 

  • Aplicação de gelo após atividades físicas: 20 minutos no local;
  • Aquecimento do corpo;
  • Hidratação;
  • Utilização de equipamentos adequados: calçados.

  Como vimos, a pubalgia é uma doença que demanda um diagnóstico preciso. Caso você sinta os sintomas citados neste artigo, procure um ortopedista especialista em quadril para lhe auxiliar. 

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