Fratura no púbis: entenda como proceder

26 de janeiro de 2023
FALE VIA WHATSAPP

A fratura no púbis é um evento mais raro que, normalmente, ocorre por algum tipo de trauma de alta energia, como uma colisão de carro ou queda de altura.


A bacia ou pelve é um anel de ossos localizado na extremidade inferior do tronco, entre a coluna e as pernas e incluem os seguintes ossos:


  • Sacro (o grande osso triangular na base da coluna);
  • Cóccix;
  • Ílio;
  • Ísquio;
  • Púbis.


Assim, cada lado da bacia contém três ossos: o ílio, o ísquio e o púbis, que são separados durante a infância, mas se fundem à medida que envelhecemos.


Portanto, o púbis é composto por ossos da região anterior da bacia e a região púbica possui um corpo, ramo superior e ramo inferior. Além disso, a junção dos ossos esquerdo e direito formam a sínfise púbica. 


Esses três ossos se encontram para formar o acetábulo, que serve de encaixe para a articulação esférica do quadril. 


ossos-quadril-dr-ricardo-kirihara-ortopedista-quadril-sao-paulo


Como podem ocorrer as fraturas no púbis?


As fraturas na região da bacia são incomuns e representam apenas cerca de 3% de todas as fraturas em adultos.


Na maioria dos casos, ocorrem por algum tipo de evento traumático de alta energia, como por exemplo, uma colisão de carro ou queda de altura.


No entanto, em algumas situações, um evento de menor energia (como uma queda da própria altura) pode ser suficiente para causar uma fratura de bacia em uma pessoa idosa com ossos mais fracos devido à osteoporose. 


Quais fatores de risco?


Nos idosos, o principal fator de risco é o osso fraco ou insuficiente devido à osteoporose.


Nestes casos, as fraturas do púbis podem ocorrer com mecanismos de baixa energia, como por exemplo, um trauma leve ou até mesmo uma atividade de rotina, como descer escadas. 


Já nos pacientes mais jovens, as atividades físicas intensas podem levar a uma fratura por avulsão, ou seja, por mecanismo de tração, quando os músculos provocam uma lesão à inserção muscular no osso. 


Geralmente, uma fratura por avulsão não torna a pelve instável ou lesa os órgãos internos.


Além disso, este tipo de lesão é mais comum em atletas jovens que ainda estão em crescimento.


Quais sintomas da fratura no púbis?


Os sintomas da fratura no púbis podem variar conforme o tipo de lesão, por exemplo:


  • Dor púbica;
  • Dor na movimentação do quadril ou tronco;
  • Incapacidade de marcha;
  • Alteração na posição ou comprimento do membro inferior; 
  • Inchaços ou hematomas no quadril e genitais.


Essas lesões são tipicamente fraturas estáveis ​​que não danificam a integridade estrutural do anel pélvico, mas podem fraturar um osso individual.


Como fazemos o diagnóstico?


Pacientes com fraturas do púbis devido traumas de alta energia devem sempre encaminhar-se a um pronto-socorro para tratamento inicial devido à gravidade de seus sintomas. 


Além disso, esses pacientes também podem ter lesões adicionais na cabeça, tórax, abdômen ou pernas. 


Frequentemente, essas vítimas apresentam sangramento significativo, por isso o atendimento inicial é extremamente importante, já que esta situação pode levar a um choque, condição com risco de vida que pode resultar em falência de órgãos.


Então, o médico ortopedista examinará cuidadosamente todo corpo pesquisando pelas possíveis lesões e, em seguida, realizará exames de imagem, como por exemplo:


  • Radiografias de ângulos diferentes;
  • Tomografia computadorizada (para praticamente todo trauma de alta energia);
  • Ressonância nuclear magnética (em casos reservados).


Como será o tratamento da fatura no púbis? 


O cuidado de pacientes com fraturas públicas de alta energia requer uma abordagem multidisciplinar com a contribuição de vários especialistas médicos.


Como a maioria dessas fraturas do púbis são estáveis, o médico ortopedista especialista de quadril pode recomendar um tratamento não cirúrgico para fraturas ​​nas quais os ossos não estão deslocados ou estão minimamente deslocados. 


Além disso, pode indicar o tratamento conservador caso o paciente esteja muito debilitado para cirurgia.


dor-osso-quadril-dr-ricardo-kirihara-ortopedista-quadril-sao-paulo


Os tratamentos não cirúrgicos podem incluir, por exemplo:


  • Repouso absoluto sem carga: com necessidade de auxílio para cuidados no leito, como banho e mudança de posição. Nesse caso, será necessário também uma cadeira de rodas;
  • Repouso relativo com carga parcial com andador, caso a fratura do paciente permita alguma mobilidade;
  • Medicamentos para dor e prevenção de trombose venosa profunda; 
  • Fisioterapia motora com execução de exercícios específicos que irão ajudar a recuperar a flexibilidade e restaurar a amplitude de movimento do quadril, além de aumentar a força e a resistência para realizar as atividades diárias.


No entanto, pacientes com fraturas púbicas instáveis ​​podem exigir um ou mais procedimentos cirúrgicos.


Por exemplo, a fixação externa, geralmente, é um procedimento de urgência para conter o sangramento da bacia e dar estabilidade para a lesão. 


Então, nessa operação, inserimos pinos ou parafusos de metal nos ossos por meio de pequenas incisões na pele e no músculo. 


Assim, estes pinos e parafusos projetam-se para fora da pele em ambos os lados da pelve, onde são presos a barras de fibra de carbono fora da pele.


Dessa maneira, o fixador externo atua como uma estrutura estabilizadora para segurar os ossos quebrados na posição adequada até a cicatrização completa. 


Em pacientes que não conseguem tolerar um procedimento longo e mais complicado, um fixador externo pode ser usado como um tratamento temporário até que outro procedimento possa ser realizado.


No entanto, o tratamento definitivo costuma ser a redução aberta e fixação interna da fratura do púbis com placa e parafusos. 


Durante esta operação, os fragmentos ósseos deslocados são primeiro reposicionados em seu alinhamento normal e mantidos juntos com parafusos ou placas de metal presos à superfície externa do osso.


Em média, quanto tempo demora para o paciente se recuperar da fratura no púbis?


Na grande maioria dos casos, o tempo de recuperação está diretamente relacionado à gravidade da fratura do púbis. 


Em geral, o paciente pode levar entre dois a três meses para se recuperar. 


As fraturas púbicas estáveis tendem a se consolidar bem enquanto as fraturas púbicas instáveis apresentam um quadro geral mais grave. 


Além disso, a recuperação do paciente não depende somente da cicatrização da fratura, pode estar associada à lesão de outros órgãos e apresentar complicações, como perda de massa muscular, dor crônica, dificuldade de locomoção ​​ou infecção. 


Por isso, é fundamental contar com um ortopedista especialista no quadril, que acompanhará o paciente durante todo o tratamento, até sua completa recuperação!


Cisto subcondral no quadril
10 de abril de 2025
Recebeu o diagnóstico de Cisto Subcondral no Quadril? Dr. Ricardo Kirihara é Ortopedista Especialista em Quadril em São Paulo e fala sobre o assunto!
Tenho uma perna menor que a outra, como tratar?
27 de março de 2025
Tenho uma perna menor que a outra, o que fazer? Dr. Ricardo Kirihara é Ortopedista Especialista em Quadril e Atende em São Paulo.
Síndrome da dor no trocânter maior: diagnóstico e tratamento
13 de março de 2025
Como reconhecer e tratar a Síndrome da Dor Trocânter Maior? Dr. Ricardo Kirihara é Ortopedista Especialista em Quadril e Atende em São Paulo.
Mais artigos