A fissura labral é uma lesão que afeta o anel de cartilagem (lábio) que contorna a articulação do quadril, causando dor e limitando a mobilidade. 

Embora possa passar despercebida no início, essa condição pode se agravar com o tempo, especialmente em pessoas que praticam atividades físicas intensas ou sofreram algum tipo de trauma.

Neste artigo, vamos explorar as principais causas, sintomas, formas de diagnóstico e opções de tratamento para a fissura labral, além de entender os riscos de não tratar a condição e como prevenir o problema.

Quais as principais causas da fissura labral?

As principais causas para a fissura labral são:

Trauma 

Lesão ou luxação da articulação do quadril podem ocorrer durante acidentes de carro ou na prática de esportes de contato (como futebol). 

Assim, essas lesões podem causar uma ruptura labial do quadril.

Anomalias estruturais 

Algumas pessoas nascem com variações anatômicas que podem gerar problemas no quadril, os quais podem acelerar o desgaste da articulação e, eventualmente, causar uma ruptura labial do quadril.

Movimentos repetitivos 

Atividades esportivas e outras atividades físicas, como corrida de longa distância e movimentos repentinos de torção ou pivô comuns no golfe ou tênis, podem causar desgaste das articulações e lesão labral do quadril.

Quais são os sintomas de uma fissura labral?

Em muitos casos, a fissura labral do quadril não causa sinais ou sintomas.

Algumas pessoas, no entanto, têm um ou mais dos seguintes incômodos:

• Dor no quadril ou na virilha, muitas vezes, agravada por longos períodos em pé, sentado ou caminhando;
• Dor relacionado à determinados movimentos, como rotações do corpo;
• Uma sensação de clique ou travamento na articulação do quadril;
• Rigidez ou amplitude limitada de movimento na articulação.

A própria fissura labral pode ser uma das causas de instabilidade do quadril.

Mas a instabilidade do quadril também pode ser causa para a fissura labral, principalmente se estiver relacionada a lesões ligamentares, desequilíbrios musculares ou deformidades ósseas. 

Como é feito o diagnóstico para confirmar uma fissura labral?

Quando o paciente chega com queixa no consultório, inicialmente, fazemos uma análise de seu histórico de desconforto, seguido de exame físico.

Durante o exame físico, movemos a perna do paciente, especialmente a articulação do quadril, em várias posições para verificar se há dor e avaliar a amplitude de movimento do quadril. 

Além disso, pode ser necessário observar o paciente andando. 

Para auxiliar no diagnóstico, solicitamos exames de imagem, como radiografias, tomografia computadorizada e ressonância nuclear magnética. 

A fissura labral pode ser tratada sem cirurgia? Quando a cirurgia é recomendada?

Na grande maioria dos casos, o tratamento inicial da fissura labral é conservador.

Para tal, devemos identificar as alterações estruturais do paciente de modo a evitar certas posições que irritem o labrum através do impacto entre fêmur e acetábulo ou pelo deslocamento da cabeça femoral. 

O tratamento conservador tem como principal medida a reeducação do paciente para evitar os movimentos que provocam a dor e modificar as atividades diárias. 



Outras medidas são o repouso, uso de medicações analgésicas ou anti-inflamatórias e a fisioterapia motora para o reequilíbrio muscular e postural que podem auxiliar na diminuição do impacto e consequentemente da dor e da degeneração. 

Na falha do tratamento clínico, ou em casos onde a deformidade óssea é importante, o tratamento cirúrgico é indicado. 

As cirurgias para tratamento desta condição dependem do grau da lesão causada pela doença.

Em lesões iniciais com cartilagem preservada, podemos optar pelas cirurgias de preservação articular, com ressecção das deformidades e reconstrução, sutura ou ressecção labral.

Quais são os riscos de não tratar uma fissura labral?

Os riscos de não tratar a fissura labral seria a progressão da doença. Não só em relação à piora dos sintomas como:

• Dor no quadril ou na virilha mais intensa e limitante;
• Dor relacionado à determinados movimentos simples;
• Limitação para atividade diária;
• Uma sensação de clique ou travamento na articulação do quadril;
• Rigidez ou amplitude limitada de movimento na articulação.

Nesses casos mais avançados com comprometimento da cartilagem, a patologia já se comporta como a artrose de quadril, podendo precisar de uma cirurgia de substituição articular.

Como prevenir essa condição?

No geral, a prevenção desta doença envolve uma avaliação médica para identificar se o paciente possui alguma patologia no quadril que favoreça a fissura labral.

Assim, as pessoas que praticam atividades intensas e que envolvem a flexão e a rotação do quadril e do tronco podem realizar uma avaliação ortopédica para determinar a existência ou não de alguma deformidade no quadril.

Dessa forma, é possível iniciar um tratamento precoce com modificações nas atividades esportivas e do dia a dia, de modo a ajudar a proteger esta região.

Além disso, é possível realizar um fortalecimento direcionado para maior estabilidade da articulação.

Por isso, caso você sinta incômodos na região, mesmo que leves, ou pratique atividades físicas que demandem muito da articulação, agende uma consulta com o especialista.



Somente assim será possível prevenir ou tratar a fissura labral e evitar suas complicações!