Descompressão da cabeça femoral: saiba mais

dez. 02, 2021
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A descompressão da cabeça femoral do quadril é um procedimento cirúrgico usado para tratar a osteonecrose ou necrose avascular da cabeça do fêmur (parte superior do osso da coxa).


Indicamos esta cirurgia nos estágios iniciais da doença e quando o paciente apresenta sintomas de dor, geralmente noturna. 


Não sabemos ao certo o motivo pelo qual a cabeça do fêmur começa a morrer. Existem algumas teorias para as causas da necrose, por exemplo:


  • Toxicidade direta (álcool e radiação);
  • Trauma de quadril (extra ósseo arterial);
  • Estase venosa (extra ósseo venoso);
  • Edema ósseo, uso de corticoides e doenças, como por exemplo,  a gota (intraósseo extra vascular);
  • Anemia falciforme, disbarismo, uso de corticoide e álcool (intraósseo intravascular).


No geral, o fator de risco mais comum para a osteonecrose é o uso de corticoides (corticosteroides ou glicocorticoides).


Esses medicamentos são usados no tratamento de muitas situações, como por exemplo, doenças reumáticas, doenças de pele e em quimioterapias para tumores. 


No entanto, a relação do uso dos corticoides com a patologia não é dose dependente. Isso quer dizer que os pacientes em uso crônico estão em maior risco, mas o uso por pequenos períodos também pode causar necrose da cabeça femoral. 


Como a descompressão da cabeça femoral ocorre?


O procedimento consiste em realizar um orifício maior ou vários orifícios menores na cabeça do fêmur de modo a atingir a região de osso morto para aliviar a pressão e, consequentemente, diminuir a dor do paciente.


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Realizamos a cirurgia por meio de uma técnica minimamente invasiva na qual fazemos uma pequena incisão no quadril e colocamos um fio-guia pelo colo da cabeça femoral até a área necrótica (morta).


Além disso, o procedimento é acompanhado por uma máquina de imagem de raios-X ao vivo (chamada de fluoroscopia ou escopia) para guiar os instrumentos cirúrgicos até o osso danificado.


Então, fazemos o orifício ao longo do fio e removemos o osso morto. Existe também a opção de colocarmos enxerto ósseo para substituir o osso necrótico.


Após o procedimento, utilizamos suturas para fechar as pequenas incisões.


Geralmente, realizamos a raquianestesia e o procedimento dura cerca de uma hora, sendo que o paciente pode receber alta no dia seguinte. 


Dessa maneira, ao realizar a descompressão do quadril, aliviamos a pressão dentro do osso, melhorando os sintomas de dor e podendo retardar uma maior destruição do osso e da articulação do quadril (colapso da cabeça femoral). 


Além disso, podemos sugerir tratamentos aliados à descompressão:


  • Alteração de hábitos de vida, como perda de peso;
  • Prática de atividade física sem impacto, como por exemplo, bicicleta, atividades aquáticas ou outros exercícios na academia;
  • Uso de medicamentos para dor;
  • Auxílio (bengalas ou muletas) nas crises álgicas;
  • Fisioterapia para analgesia e reequilíbrio muscular;
  • Tratamento de ondas de choque focal;
  • Infiltração articular.


Ressaltamos que o uso de bifosfonatos e condroprotetores são ainda discutidos no tratamento dessa patologia.


Como é o pós-operatório da descompressão da cabeça femoral? 


O pós-operatório da descompressão da cabeça femoral é feito da seguinte forma:


  • Paciente recebe alta;
  • Sugerimos que ele mova o quadril, conforme a dor;
  • Indicamos o uso de muletas por 3 semanas;
  • Recomendamos a fisioterapia motora;
  • Receitamos medicamentos para dor.



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Em linhas gerais, o retorno das atividades ocorrerá de 6 a 8 semanas após o procedimento, a depender de cada caso.


Além disso, o acompanhamento com o ortopedista será essencial para adaptar a reabilitação, caso necessário.  


Qual a eficácia deste procedimento? 


A descompressão da cabeça femoral apresenta uma melhora inicial dos sintomas.


No entanto, estudos recentes mostram que este procedimento não influencia na progressão da doença.


No geral, a osteonecrose é de difícil diagnóstico e, por isso, a indicação da descompressão nem sempre é possível, já que ela deve ser feita nas fases iniciais da doença.


Na maioria das vezes, o diagnóstico é feito em estágios avançados quando já temos um colapso da cabeça femoral estabelecido e, nestes casos, o tratamento indicado é a artroplastia total de quadril.

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Para se ter uma ideia, um estudo publicado mostra que o curso normal da doença, que leva ao colapso da cabeça do fêmur, foi observado em 73,3% dos casos.


Além disso, em 50% dos casos houve a indicação da colocação de prótese no quadril devido queixas álgicas cerca de 1,13 anos após a realização da descompressão da cabeça femoral.


Então, na grande maioria dos casos, mesmo com a descompressão, o desfecho costuma ser a progressão natural da doença.


O mais importante será contar com um ortopedista especialista para fazer um bom diagnóstico e indicar o melhor tratamento.


Não postergue a ida ao médico! Quanto antes você iniciar a se cuidar, melhor.

 


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