A osteonecrose da cabeça femoral, também conhecida como necrose asséptica ou necrose avascular da cabeça femoral, é causada por um distúrbio de sua vascularização (circulação vascular), ou seja, um infarto ósseo.
Acomete, principalmente, o adulto jovem de 30 a 50 anos e é mais comum em homens que mulheres. Além disso, de 50 a 80% dos pacientes podem ter a doença bilateral, ou seja nos dois lados do quadril.
Assim, como consequência desta patologia, a cabeça femoral sofre microfraturas e, geralmente, se deforma de maneira progressiva, levando ao desgaste da articulação.
Existem algumas teorias para as causas da osteonecrose, por exemplo:
Além disso, podemos citar como os fatores de risco mais comuns:
Corticóides
Os corticóides ou glicocorticóides são usados no tratamento de muitas doenças reumáticas, de pele e em quimioterapias para tumores.
Podemos citar como exemplo de remédios que contém estas substância: prednisona, prednisolona, dexametasona, hidrocortisona, cortisona.
A relação do uso destes medicamentos com a ocorrência da osteonecrose não é dose dependente. Dessa maneira, os pacientes em uso crônico estão em maior risco, mas o uso por pequenos períodos também podem causar necrose da cabeça femoral.
Álcool
A ingestão de álcool pode causar necrose da cabeça femoral por mecanismos parecidos aos do corticóide.
Todavia, neste caso o risco é dependente da dose e estima-se que a ingestão maior que 400 ml de álcool por semana (equivalente a um litro de pinga) pode aumentar o risco em cerca de 10 vezes.
Trauma
Os vasos responsáveis pela nutrição da cabeça femoral podem ser lesados nas fraturas do colo femoral e deslocamentos do quadril (luxação), com consequente morte (necrose) óssea.
Apesar desses diversos fatores, muitas vezes não conseguimos relacionar a patologia com nenhum deles.
Os sintomas da osteonecrose são bastante relacionados com a fase da doença. No geral, o paciente pode apresentar dor súbita ou progressiva na virilha com ou sem irradiação para coxa ou joelho.
Então, quando a doença mantém-se estacionária ou evolui muito lentamente, os sintomas são leves ou ausentes, podendo permanecer desta maneira por longo período de tempo.
Como esta é uma doença progressiva, os sintomas também evoluem. Dessa maneira, conforme a necrose vai evoluindo, vai levando ao colapso da cabeça do fêmur com lesão da cartilagem e desgaste da articulação. Nesse momento, os sintomas serão semelhantes aos da artrose.
Além da dor, o paciente poderá ter os seguintes sintomas associados:
Os exames de imagem são importantes para o diagnóstico e o tratamento da necrose da cabeça de fêmur.
Na maioria dos casos, as radiografias do quadril são suficientes para diagnosticar a osteonecrose da cabeça femoral.
Nos casos mais iniciais, podemos investigar por meio das cintilografias e da ressonância nuclear magnética.
A ressonância nuclear magnética é o exame padrão ouro para o diagnóstico, pois através dela podemos calcular a extensão da necrose na cabeça femoral e avaliar prognóstico.
Além disso, nesse exame é possível também diferenciar a necrose da cabeça femoral de outras patologias, como a osteoporose transitória do quadril e a fratura por insuficiência da cabeça femoral.
Inicialmente, o tratamento da patologia gira em torno da orientação e reeducação do paciente.
Assim, será necessária uma alteração de hábitos de vida com a perda de peso e a prática de atividade física sem impacto, como por exemplo, o uso de bicicleta, a prática de atividades aquáticas e/ou exercícios controlados em academias.
Além disso, podemos associar o uso de medicamentos e auxílio de bengalas ou muletas durante as crises álgicas.
Todavia, é importante ressaltar que o uso de bifosfonatos e condroprotetores são discutidos no tratamento dessa patologia.
A fisioterapia será também essencial para a analgesia e o reequilíbrio muscular.
Atualmente, existe o tratamento de ondas de choque focal em casos de osteonecrose da cabeça femoral, que costuma apresentar bons resultados.
Em alguns casos, pode-se fazer a infiltração articular para aliviar os sintomas da doença.
Uma informação importante é que a fase da doença influencia muito no tratamento clínico. Isso porque, o tratamento conservador foca na tentativa de controlar a evolução da doença e aliviar os sintomas.
Assim, uma eventual falha do tratamento conservador pode significar que a necrose já se encontra em uma fase mais avançada e, nesses casos, o tratamento cirúrgico pode ser a melhor opção.
A determinação do tipo de procedimento cirúrgico deve ser individualizada para cada paciente, considerando a fase da doença, a idade, seu nível de atividade e amplitude de movimentos.
Em geral, são 3 tipos de procedimentos cirúrgicos que poderemos executar:
Então, caso você sinta dores na região do quadril, procure o quanto antes um ortopedista especialista . Isso porque, muitas doenças, como por exemplo a osteonecrose, tem um tratamento mais eficaz em seus estágios iniciais.
O post O que é a Osteonecrose do Quadril? apareceu primeiro em Dr. Ricardo Kirihara.
DR. RICARDO KIRIHARA
Dr. Ricardo é médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e cursou Ortopedia e Traumatologia no Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas de São Paulo.
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