Ao sofrer uma fratura na bacia, o tempo de recuperação irá variar de acordo com diversos fatores, como gravidade da lesão, a saúde geral do paciente, bem como o tipo de tratamento adotado.
Essa é uma lesão grave que pode ocorrer devido a quedas, acidentes de trânsito ou prática de esportes de impacto e afeta diferentes partes da bacia.
Entenda melhor nesse artigo quais são os tratamentos disponíveis e como será o tempo de recuperação!
O que é a fratura na bacia e como ela pode ocorrer?
As fraturas de bacia são lesões incomuns que representam cerca de 3% de todas as fraturas em adultos.
Na maioria dos casos, essas fraturas ocorrem por algum tipo de evento traumático de alta energia, como uma colisão de carro.
Como a bacia está próxima aos principais vasos sanguíneos e órgãos, as fraturas de bacia podem causar sangramento extenso e outras lesões que requerem tratamento urgente.
Em alguns casos, um evento de menor energia, como uma queda da própria altura, pode ser suficiente para causar uma fratura de bacia em uma pessoa idosa com ossos mais fracos devido à osteoporose.
Quais são os tipos de fratura na bacia?
Como a bacia é uma estrutura em forma de anel, geralmente, uma fratura no local costuma ser acompanhada por uma lesão aos ligamentos ou aos ossos em outro ponto do osso.
O padrão específico da fratura depende da direção em que foi quebrada e da quantidade de força que causou a lesão.
Então, com base no dano à integridade estrutural do anel pélvico, consideramos se a fratura foi estável ou instável, sendo a grande maioria delas estáveis.
Fratura estável
Nesse caso, os ossos quebrados ainda estão devidamente alinhados, de forma que o anel mantém sua forma.
Normalmente, apenas um osso é afetado com uma única fratura.
Assim, os padrões de fratura comuns incluem: rachaduras na parte superior de um ílio, rachaduras no ramo púbico de um lado ou rachaduras no sacro.
Em cada um desses casos, os outros ossos estão intactos e manterão o anel ósseo da pelve unido.
Ademais, fraturas avulsões pélvica (em que um fragmento de osso é quebrado pela tração de um músculo) e fraturas por estresse pélvico (rachaduras finas que não se estendem até o osso) também são tipos de fraturas pélvicas estáveis.
Fratura instável
Geralmente, ocorre quando há duas ou mais rupturas no anel pélvico e as pontas dos ossos quebrados se separam.
Esse tipo de fratura tem maior probabilidade de ocorrer após uma lesão de alto impacto e, portanto, pode haver outras lesões associadas.
Essas lesões envolvem muito mais sangramento do que fraturas estáveis, pois a separação dos ossos quebrados pode danificar os vasos da região.
Além disso, o paciente pode sofrer também danos diretos aos órgãos internos.
Existem alguns padrões típicos de fraturas instáveis, por exemplo aquelas em "livro aberto", quando quebra-se a pelve na frente e nas costas por força severa da frente.
E fraturas de força lateral, que frequentemente fraturam os ramos púbicos e as articulações sacroilíacas, às vezes também envolvendo o quadril.

Quais são os fatores de risco para as fraturas na bacia?
Nos idosos, o principal fator de risco é o osso fraco ou insuficiente devido à osteoporose.
As fraturas de pelve podem ocorrer com mecanismos de baixa energia, como trauma leve, ou até mesmo uma atividade de rotina, como descer escadas.

Essas lesões são tipicamente fraturas estáveis que não danificam a integridade estrutural do anel pélvico.
Já nos pacientes mais jovens, as atividades físicas intensas podem levar a uma fratura por avulsão.
Ou seja, por mecanismo de tração, os músculos provocam uma lesão à inserção muscular no osso.
Uma fratura por avulsão geralmente não torna a pelve instável ou lesa os órgãos internos.
Quais são os sintomas destas fraturas?
As fraturas nessa estrutura são graves e requerem um tratamento complexo.
Assim, os sintomas associados a essa condição são:
- Dor pélvica;
- Dor à movimentação do quadril ou tronco;
- Incapacidade de marcha;
- Alteração na posição ou comprimento do membro inferior;
- Inchaços ou hematomas no quadril e genitais;
- Déficit neurológico;
- Feridas abertas na região da bacia;
- Sangramentos na urina ou fezes.
Como é feito o diagnóstico?
Pacientes com fraturas de bacia resultados de trauma de alta energia, precisam seguir até um pronto-socorro para tratamento inicial devido à gravidade de seus sintomas.
Ademais, esses pacientes também podem ter lesões adicionais na cabeça, tórax, abdômen ou pernas.
Frequentemente, essas vítimas apresentam sangramento significativo, por isso, o atendimento inicial é extremamente importante, já que a perda de sangue pode levar a um choque, condição com risco de vida que pode resultar em falência de órgãos.
Então, o cuidado de pacientes com fraturas pélvicas de alta energia requer uma abordagem multidisciplinar com a contribuição de vários especialistas.
Assim, na maioria dos casos, os médicos devem tratar dos problemas respiratórios e circulatórios antes de tratar a fratura e outras lesões.
O médico ortopedista examinará cuidadosamente todo corpo do paciente pesquisando pelas possíveis lesões e, em seguida, realizará exames de imagem, como por exemplo:
- Radiografias de ângulos diferentes;
- Tomografia computadorizada para praticamente todo trauma de alta energia;
- Ressonância nuclear magnética em casos reservados.
Como será o tratamento para estas fraturas?

O tratamento indicado leva em consideração a condição geral do paciente, as lesões associadas e o tipo de fratura.
Então, o médico ortopedista especialista de quadril pode recomendar um tratamento não cirúrgico para fraturas estáveis nas quais os ossos não estão deslocados ou estão minimamente deslocados.
Além disso, pode indicar o tratamento conservador caso o paciente esteja muito debilitado para cirurgia.
Os tratamentos não cirúrgicos incluem:
- Repouso absoluto sem carga: como necessidade de auxílio para cuidados no leito, como banho e mudança de posição (nesse caso, será necessário também uma cadeira de rodas);
- Repouso relativo com carga parcial com andador, caso a fratura do paciente permita alguma mobilidade;
- Medicamentos para dor e prevenção de trombose venosa profunda;
- Fisioterapia motora: exercícios específicos que irão ajudar a recuperar a flexibilidade e restaurar a amplitude de movimento do quadril, além de aumentar a força e a resistência para realizar as atividades diárias;
Já no caso de pacientes com fraturas pélvicas instáveis, um ou mais procedimentos cirúrgicos podem ser necessários.
Cirurgia de fixação externa para fratura na bacia
A fixação externa, geralmente, é um procedimento de urgência para conter o sangramento da bacia e dar estabilidade para a lesão.
Então, nessa operação, inserimos pinos ou parafusos de metal nos ossos por meio de pequenas incisões na pele e no músculo.
Assim, os pinos e parafusos projetam-se para fora da pele em ambos os lados da pelve, onde são presos a barras de fibra de carbono.
Nesse sentido, o fixador externo atua como uma estrutura estabilizadora para segurar os ossos quebrados na posição adequada.
Em alguns casos, utilizamos o fixador externo para estabilizar os ossos até a completa cicatrização.
Ademais, em pacientes que não conseguem tolerar um procedimento longo e mais complicado, utiliza-se um fixador externo como um tratamento temporário, até que possamos realizar outro procedimento.
Dessa forma, a redução aberta e a fixação interna da fratura de bacia, geralmente, é o tratamento definitivo.
Durante esta operação, os fragmentos ósseos deslocados são primeiro reposicionados (reduzidos) em seu alinhamento normal.
Então, eles são mantidos juntos com parafusos ou placas de metal presos à superfície externa do osso.
Fratura na bacia: qual o tempo de recuperação?
Na grande maioria dos casos, o tempo de recuperação está diretamente relacionado à gravidade da fratura da bacia.
Em geral, as fraturas de bacia podem levar entre dois a três meses de recuperação.
As fraturas pélvicas estáveis tendem a se consolidar bem, enquanto as fraturas pélvicas instáveis apresentam um quadro geral mais grave.
Contudo, a recuperação do paciente não depende somente da cicatrização da fratura, mas também do restabelecimento da força e do movimento na região.
Além disso, como a fratura pode estar associada à lesão de outros órgãos, a recuperação também dependerá do restabelecimento do quadro clínico geral do paciente.
Quais são as possíveis complicações?
Toda cirurgia apresenta algum nível de risco, assim, algumas das complicações mais comuns da cirurgia de fratura na bacia incluem:
- Hemorragia intraoperatória;
- Incapacidade de obter redução satisfatória;
- Infecção e deiscência de feridas;
- Déficits neurológicos;
- Perda da fixação e da redução;
- Retardo de consolidação ou não consolidação;
- Dor crônica;
- Dificuldade de mobilização;
- Escaras sacrais;
- Trombose venosa profunda;
- Disfunção sexual.
Por isso, caso você tenha esse diagnóstico, busque um profissional experiente para lhe auxiliar.
O ortopedista especialista em quadril é o médico mais indicado para iniciar o tratamento e acompanhar o paciente durante toda sua reabilitação!